segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Inhotim impulsiona investimentos em Brumadinho MG

Inhotim impulsiona investimentos em Brumadinho


Movimento do Centro de Arte Contemporânea garante expansão da rede hoteleira e do comércio de Brumadinho





A economia de Brumadinho, município da Região Metropolitana de Belo Horizonte, está cortando a dependência da mineração e abraçando uma nova vocação: o turismo de artes. Desde a inauguração do Centro de Arte Contemporânea Inhotim, em 2005, uma série de novos empreendimentos ligados ao turismo está sendo aberta e ampliada. A cidade, que até pouco tempo não possuía qualquer estrutura de apoio ao turista, agora oferece pousadas charmosas e bons restaurantes.
 

 
O motor desse movimento é o Inhotim, misto de museu de arte contemporânea e parque botânico. Detentor do mais importante acervo de arte contemporânea do país, além de projeto paisagístico assinado por Burle Marx, o Inhotim atrai visitantes de todo o país e do exterior.
 

 
Da inauguração até hoje, mais de meio milhão de pessoas visitaram o museu. E o movimento cresce a cada ano. Somente em 2010, passaram pelo Inhotim 169 mil pessoas. Esse contingente é quase cinco vezes maior que a população de Brumadinho, de 34 mil habitantes segundo o Censo 2010. Antes das pousadas, esses visitantes eram obrigados a dormir em Belo Horizonte e a vencer a distância de 65 quilômetros que separa as duas cidades.
 


De acordo com pesquisa realizada pela Vox Populi, dos turistas que visitavam o Inhotim, apenas 4% eram de outros estados em 2007. No ano passado, este número subiu para 19%, o que demonstra o reconhecimento nacional que o museu vem ganhando. E estes turistas normalmente desejam dormir em Brumadinho para retornar ao museu no dia seguinte.
 


São estes turistas que estão movimentando a economia de Brumadinho, que antes girava apenas em torno da mineração. Em 2010, Inhotim recebeu 32 mil turistas de outros estados e 1.600 estrangeiros. Segundo proprietários de pousadas, o crescimento da demanda está sendo continuo e forte. Em determinados períodos, como nas férias de julho e feriados prolongados, as pousadas trabalham com 1 de ocupação.
 


Em Brumadinho, a maioria das pousadas se localiza na zona rural, principalmente no distrito de Casa Branca. Vários deles bastante sofisticados, com diárias que chegam a R$ 500. Um pacote completo para o final de semana, com visita a Inhotim, pode atingir R$ 1 mil por pessoa.
 

 
Com o foco nos esportes de aventura, o Verde Folhas é um dos estabelecimentos que estão se adequando à nova realidade. A proprietária Andrea Drummond de Sales afirma que agora está investindo mais em acomodações. "Antes, as pessoas que vinham apenas para o final de semana. Mas, nos últimos dois anos, elas passaram a chegar já na quarta-feira e ficar até domingo. Com isso nosso faturamento aumentou 80% no ano passado".
 

 
Por enquanto, no perímetro urbano, as opções de acomodação em Brumadinho ainda são poucas, mas dois importantes hotéis estão em fase final de construção. Juntos, eles disponibilizarão mais 80 novos leitos até o meio do ano.
 


De acordo com a diretora de Inclusão e Cidadania do Inhotim, Roseni Sena, o museu está desenvolvendo trabalho junto aos empresários locais com o objetivo de qualificar a oferta hoteleira. Uma vez por mês os empresários da região se reúnem para debater a melhoria dos empreendimentos, da infraestrutura e do atendimento ao cliente.
 

 

Segundo o diretor do Departamento de Turismo da Prefeitura de Brumadinho, Marcel Vasconcellos, há um o novo perfil de turista se dirigindo a Brumadinho.  "Os turistas que estão vindo têm permanecido um tempo maior na cidade e se hospedando nas pousadas. Além disso, é um público mais qualificado, que gosta de arte e de conforto", explica.
 



domingo, 30 de janeiro de 2011

Primeiros 30 dias da Mineira Dilma à frente do Planalto enfatizam rigidez e discrição

Primeiros 30 dias de Dilma à frente do Planalto enfatizam rigidez e discrição

Thiago Pariz - diarios associados
Publicação: 30/01/2011 07:56 Atualização:
A presidente Dilma Rousseff termina o primeiro mês no comando da República demonstrando preferência por atuar internamente, dividindo o governo em áreas e colocando quase como uma obsessão a melhoria da qualidade do gasto público. Ao mesmo tempo, se mostrou rígida na exigência de fidelidade dos comandados. Até por isso, nos primeiros dias ela tomou a decisão de demitir um ministro levando em conta exatamente este último quesito.

O alvo da fúria de Dilma na primeira segunda-feira do governo foi o general José Elito Siqueira, ministro do Gabinete de Segurança Institucional, que havia dito, no dia de sua posse, que a existência de desaparecidos políticos durante a ditadura não deveria ser motivo de vergonha, mas tratada como um “fato histórico”. A presidente, que foi presa e torturada pelo regime militar (1964-1985), informou que os dias de Elito haviam acabado no governo. Uma comissão de militares, capitaneada pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, teve de ser formada às pressas para dissuadir Dilma. “Foi difícil convencê-la”, disse um personagem envolvido no episódio.

O recado que chegou a Elito foi o seguinte: “A mulher vai demiti-lo. É bom você ir lá, pedir desculpas e se explicar para ver se ela aceita”. A contragosto, Dilma topou recebê-lo. O general entrou no gabinete do terceiro andar cabisbaixo e com a desculpa ensaiada. O ministro sobreviveu, mas o mesmo destino não teve Pedro Abramovay, ex-secretário Nacional Antidrogas do Ministério da Justiça. A demissão passou pela presidente e foi acertada com o titular da Justiça, José Eduardo Cardozo.

Contundência Os dois casos irritaram a presidente, mas estão longe de ter ditado o ritmo do Planalto, que foi dado pela obsessão de melhorar a qualidade da gestão da máquina pública. Dilma dividiu o governo em quatro áreas: desenvolvimento econômico, infraestrutura, erradicação da miséria e direitos e cidadania. E quer resultados. Um exemplo é a contundência com que afirmou que obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) não serão cortadas. Repetiu a negativa três vezes em entrevista no Rio de Janeiro. “Não é nada surpreendente que a melhoria da gestão seja a principal meta dela. A trajetória da Dilma foi construída assim. É o perfil dela”, afirmou o presidente do PT, José Eduardo Dutra.

Para reduzir despesas desnecessárias, ela determinou aos ministros parcimônia com o cartão corporativo e com o uso de aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB). E pediu a Miriam Belchior que repassasse a ordem aos colegas: “Avaliem o orçamento e hierarquizem as ações”, num esforço para garantir que obras em andamento não sejam interrompidas. Dilma não quer ver frustradas suas promessas de campanha –por exemplo, 2 milhões de moradias, por meio do Minha casa, minha vida, e as 500 Unidades de Pronto Atendimento (Upas).


Clausura 

O desastre climático na Região Serrana do Rio de Janeiro e a seca dos municípios sulistas fizeram a presidente mudar sua rotina enclausurada no Planalto e formar uma força-tarefa para apresentar soluções. Novamente como parte da obsessão dela de mostrar que o governo é eficaz em suas ações.

Dilma prefere ficar distante dos holofotes, o que acabou refletindo em sua agenda. Em janeiro de 2003, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve mais encontros com governadores e parlamentares. Lula recebeu no Planalto titulares de vários estados. Dilma, por enquanto, teve duas reuniões com chefes de executivo estadual: Antonio Anastasia (Minas Gerais) e Marcelo Déda (Sergipe). Outro detalhe que chama a atenção é que quase todos os dias constam “despachos internos” na sua programação, que não trazem detalhes. Nos primeiros 30 dias da era Lula, os despachos internos eram exceção.

A presidente não gosta de ver assuntos do governo sendo tratados pela imprensa. Por isso, determinou aos subordinados: “Divergências são resolvidas internamente”, num recado sobre a briga pelo segundo escalão. O estilo serviu, primeiro, para apaziguar ânimos na disputa entre o deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha e, agora, para amenizar a briga pela presidência de Furnas, que coloca em lados opostos o PT e o PMDB do Rio de Janeiro. (Colaborou Leandro Kleber, especial para o Estado de Minas)

Milhagem contida

O então presidente Lula também foi ao exterior mais vezes do que Dilma no início de seu mandato. A presidente parte neste fim de semana para a Argentina em sua primeira missão oficial fora do país. Lula, nos primeiros 30 dias de mandato, foi ao Equador, à Alemanha e à França cumprir agenda externa.

População desconhece maioria das áreas verdes abertas ao público em BH

População desconhece maioria das áreas verdes abertas ao público em BH

Nayara Menezes - Estado de Minas
Publicação: 30/01/2011 07:09 Atualização: 30/01/2011 07:26
Com 170 mil metros quadrados, Parque das Águas Roberto Burle Marx, no Barreiro, oferece uma ampla área verde, brinquedos, infraestrutura de lazer e até jardim de plantas medicinais (Euler Junior/EM/D.A Press)
Com 170 mil metros quadrados, Parque das Águas Roberto Burle Marx, no Barreiro, oferece uma ampla área verde, brinquedos, infraestrutura de lazer e até jardim de plantas medicinais
 
Caminhar, respirar um ar puro ou simplesmente levar as crianças para brincar. Para fugir do estresse dos centros urbanos, muitos procuram um refúgio verde como opção de lazer do fim de semana. E já que Minas não tem mar, os parques tornam-se a alternativa cada vez mais procurada pelos belo-horizontinos. O que a maioria não sabe é que a cidade tem mais estações verdes do que se imagina. São 70 reservas listadas pela Fundação Municipal de Parques, além do Parque Ecológico da Pampulha, sendo 55 abertos à visitação pública. Fora os já tradicionais Parque Municipal, atualmente fechado para corte de árvores, Parque das Mangabeiras e Parque Lagoa do Nado, a capital tem muitos redutos ecológicos desconhecidos da população. Para revelar a situação de algumas reservas, equipe do Estado de Minas percorreu 10 áreas verdes, além do Parque Ecológico Francisco Lins do Rego, gerenciado pela Fundação Zoo-Botânica.

Alguns desses espaços se mostraram ótimas opções de lazer e um belo cartão de visitas da cidade, como o Parque das Águas Burle Marx, no Barreiro. Já em outros há muitos equipamentos que precisam ser melhorados. E há ainda aqueles que estão completamente abandonados, tornando-se locais perigosos, como o Parque Alexander Brandt, em Venda Nova, apontado como esconderijo de bandidos por moradores.

Já existe um projeto de revitalização de pelo menos 20 parques, dentro do projeto Copa’2014, segundo a Fundação Municipal de Parques, que espera receber R$ 50 milhões do Ministério do Turismo. Além de atrativos para os turistas, a ideia é que as reformas deixem as melhorias para a população. Segundo o presidente da fundação, Luiz Gustavo Fortini, o montante pleiteado seria investido prioritariamente em três unidades: Parque Municipal Américo Renné Gianetti, no Centro, Parque das Mangabeiras e Parque Juscelino Kubitschek, ambos na Região Centro-Sul.

A escolha se baseou no fato de serem os parques mais visitados pela comunidade. O Parque das Mangabeiras recebe cerca de 40 mil pessoas por mês e o Municipal, 600 mil. “Para os três espaços estão previstas restaurações que vão desde a infraestrutura até a compra de novos equipamentos”, afirma o presidente Fortini. Mas os frequentadores das outras unidades também reivindicam mudanças. Farnésio Eduardo Rocha e a mulher Janice Aparecida Rocha pedem que o Parque Lagoa do Nado seja mais seguro. “Gostamos muito daqui, mas não temos coragem de caminhar pelas trilhas, pois ocorrem muitos assaltos”, afirma ele.

Já Agda Louzada, do Bairro Ipiranga, na Regional Nordeste, gostaria de ver brinquedos no Parque Renato Azeredo: “Está sempre limpo e bem cuidado. Só sinto falta de brinquedos”. O aposentado João Prata Machado também se diz satisfeito de morar perto do Parque Jacques Cousteau, no Betânia, Regional Oeste. “É um privilégio ter uma área verde dessas perto de casa e poder respirar ar puro”, diz. O aposentado, que caminha todos os dias no local, só tem uma queixa: “Depois da chuva a pista esburacou muito. Eles podiam arrumar porque tenho medo de tropeçar”.

Segundo o presidente da Fundação de Parques, a PBH desembolsa por ano cerca de R$ 10 milhões para a manutenção das unidades. Além disso, Fortini revela que a prefeitura já liberou verba extra de R$ 2,5 milhões para reformas básicas dos parques, como conserto e substituição de brinquedos, pintura de quadras, reconstrução de pistas de caminhada etc. Para definir a destinação do dinheiro está sendo feito um estudo que abrange os 70 parques municipais. “Estamos em fase de levantamento das necessidades de cada parque. A partir daí, saberemos como e onde aplicar melhor o recurso. A expectativa é de que o processo finalize em no máximo 90 dias”, explica.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

MINEIRO: FALA DE MINAS

MINEIRO: FALA DE MINAS

Nem perto nem longe. Pode o senhor caminhar um estirão dentro de Minas sem achar Minas. Mas também pode ir por aí à toa e quebrando uma esquina ser de repente: Minas Gerais!
Minas é arisca. Olhe: primeiro de tudo tem de tirar. Minas da ideia. Minas saltana frente quando for de gosto.

Dourado, barriga de dourado. Com feijão tombado é principal. Minas pode estar na barriga dum dourado. Peixe soberbo, nadando quieto na bandeja, com os ouropéis da cor, a esperteza do molho.
Qual o quê! Mineiro é ir sempre embora no rasto dágua. Mania dágua! Gaba lagoinha de nada, que o calor vira brejo.


Uma coisa: supremo minasgerais é o céu. O céu com a santaria toda e os anjinhos, lá do lado de dentro. E do lado de fora é o azul derramado, sem dó nem piedade. Um azulão de igreja respeitável, lápis de cor quando menino da gente faz desenho. Assim posto, tem de espiar antes aquele firmamento, um espiar grande, dado. Depois o senhor vai andando, e aí, quem sabe, pode ser que vai mesmo apeando nas gerais da verdade. Se quiser entrar na venda, como se residisse por ali, e adquire um bolinho de feijão. Espairece em Minas.

Sou pobre. Quem sou eu para ver tudo que vai acontecendo! Minas é não explicar, deveras. O melhor do vivente, o mais sabido, é arregalar um olho e puxar a cortininha do outro. Mascar vagarento um pastel. Carro voa depressa, mas estrada, mesmo rodovia alcatroada, vai muito devagar.


Caminho é coisa antiga, como a criatura, conformemente.
Minas tem estampas, é estamapda. Pode dar-se que um, um outro, aprecia o belezório da natureza, os
Pedra é importante, até. Sabará. Congonhas. Sabará.
Paulo Mendes Campos - Escritor

Sabará empacou ali porque esqueceram. Largada na correnteza dos dias. Doida, doida de pedra. Parada no encanto, nas miudezas gentis.

Congonhas não. Essa tem a força. Manda em você; e o senhor não entende tudo muito explicado não. Depois de subir o morrinho, no adro, é paz. Paz existente neste mundo, ligeira. Mas antes tem de passar pelo sinedrim daqueles homens grandes profetas fortões.

 Até o calado azul do céu do congonhês é mais duro, mais ciumento, obriga um remorso, sei lá, é uma injustiça encravada. Houve já justiças? Congonhas responde: Não! Penosamente, é penoso. O
senhor acaba confessando um troço no silêncio: só que não sabe o quê.

Um erro seu que nem sabe qual deles. À Aleijadim (jadão!) tinha um jeito de adivinhar onde dói a gente. Onde dói a gente? Na justiça. Acho!

Ouro Preto é pra quem sabe das coisas. Vou só afiançar uma: quando um cidadão de bem encontra Ouro Preto, ele enxerga então aquilo que sabia; que sabia mas não enxergava. Ou se enxergava não contemplava.

O universo, esse é sério. Mesmo se o senhor está ali pertinho, no largo, tomando um trem de nada, uma gasosa fresca, sério é o universo. Feito o fim da gente. Feito música escriturada.
Agora dá-se o seguinte: Ouro Preto nunca pode piorar o sentido de quem vai lá. Penso até no contrário. Forra a ideia. Veste os medos pelados da gente.

Liberdade! Se é liberdade, por que viver é uma briga de foice?
O senhor ganha (ou não ganha?) quando perde a ganância de respirar só pra si. Quando pára de ir no que-se-dane. É? Né não?
Vida é aqui dentro igualmente. Ouro Preto, essa ouropretinha engraçada, retumbando no grotão do século, obriga o homem a ficar mais de pé. Se é que não minto. Liberdade. Penso até demais no Alferes.

Mas tem outro feito de Ouro Preto assombrado. Senhor olha janela por onde já olharam os falecidos: onde é, em qual lugar, os olhos acesos acham os olhos apagados? Onde os de cá olham os de lá? O lá ninguém viu.

Mas o tempo?! Existe?! Ou é mera ignorância? Onde fica o tempo? Taí, não sei. Ouro Preto atrapalha. Nunca sei resolver. E penso até demais no Alferes. Tem um porém. Se engraçar com a Vila Rica, tem de dar um pulo na Mariana. O ribeirão tardonho. Estrelas. Seminário. Mariana. É seleta. Calada. Dá capinzim na pedra, grilo. Sombra devota. Tem o arcebispado a cavaleiro.

Andorinha é poemeto. Seleto soneto caladão. Topei com um casal de arcanjos do Paraíso de Cristo soprando as duas trombetas do Juízo: topei num dia de tarde mas de muito, muito sossego.
Simples simplesmente: Mariana pode ser do amigo. É de quem chega e agarra devagarinho.

Umas vergonhas não pejo de confessar: nunca pisei na Diamantina. Guardo ela para um capricho madurão, um desejo de repente. Tenho umas ideias bem lindas de lá. Bebe-se. Dizem, não sei. Será que vou querer ficar endiabrado no Diamantina? Sou velho de caçoada fácil, mesmo quando não tem lua nem viola.

Repare não: Minas não é boa de cocão. Ah minasgerais minasgerais! Belzonte muda mais que donzela de busto tem-não-tem. Cheia de brincos, meios pensamentos. Antes só era mais estrelejada. Gozava das roseiras antigas. Valsista.

Variada de passadio, agora. Tem paca. Tem tatu. Tem surubi. Angu bem feito. Tem jacaré. Torresmim. Paca já falei. Põe reparo o senhor: Minas é de muitos luxos, só quer o de valor, beldade de lombo, pão de queijo quentinho (aos montes), linguiça boa (de
encomendazinha)... Excelências... Pinga de colar e aljofre, sincera, sincera... E requeijão, uai!

Minas é sombra-sol. Igual-desigual. Esquisitona. Pois não é que o São Francisco chega até a incomodar as poesias nacionais da brasileirada! Ferro é despropósito. Dizem. Ouro não sei, sumiu. Vaca. Porco.

Lá nas bandas do nariz é marzão de arroz. Boi. Vaca. Montes Claros vale uma prosa. Ubá: gente especial. Município ruim mesmo-mesmo em Minas não tem não. Ou tem? Um distritim aqui, ali. São João del-Rei toca sino dentro de mim até agora (se eu fechar o olho): belo bronze, velho, belo. Jabuticaba feito de Sabará só
na Cachoeira do Campo. Hospitaleiro, Oeste. Paracatu é cana, confim. Onça, quá! Passarada! Mais fininho que o ar da Mantiqueira nunca vi. Também quase que não ponho o pé fora de casa.

Dinheiro mineirada sabe o que vale, Sovina. Sovina? É, quem sabe. Minas é grande. Estica o narigão até lá nos infernos, nos brejões. Senhor quer saber duma coisa? Ninguém sabe o valor do que acha: quando caça de coração.

Minas não é entender: aconteceu.
domus aurea da religião, bordados de jacarandá, o velho bonitíssimo. Mas quem disse que Minas não pode ser uma ladeirinha? Um vento na boca da noite.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Benedito Valadares Ribeiro

Benedito Valadares Ribeiro
(Pará de Minas, 4 de dezembro de 1892Rio de Janeiro, 2 de março de 1973) foi um jornalista e político brasileiro.
Influente homem público na época de Getúlio Vargas, foi vereador e prefeito de sua cidade natal, Pará de Minas, e mais tarde, governador de Minas Gerais, de 15 de dezembro de 1933 até 4 de novembro de 1945.
Era filho de Domingos Justino Ribeiro e Antônia de Campos Valadares, neto paterno do Capitão Antônio Justino Ribeiro e de Maria Cândida de Jesus e materno do Dr. Francisco Cordeiro de Campos Valadares e Domitila Cândida de Oliveira e Silva (irmã do presidente do Conselho de Ministros de D. Pedro II, Martinho Álvares da Silva Campos).
Durante a Revolução de 1930, Benedito Valadares, que era editor de um jornal de sua cidade, Pará de Minas, ocupou a prefeitura e se tornou o prefeito.
Valadares era ainda um pouco conhecido deputado federal quando Getúlio Vargas o nomeou governador de Minas Gerais, em substituição ao governador de Minas Gerais Olegário Maciel, (na época se dizia "presidente de Minas"), que havia falecido no dia 5 de setembro de 1933, 2 dias antes de completar 3 anos de mandato.
Minas Gerais estava sem vice-governador desde 1931, pois, o vice Pedro Marques de Almeida havia renunciado ao cargo para ser prefeito de Juiz de Fora. Assumiu, então, interinamente, o governo mineiro, substituindo o Presidente Olegário, o secretário do interior de Minas Gerais, Gustavo Capanema.
Como havia muitos nomes na disputa pelo governo de Minas Gerais, Getúlio escolheu Benedito Valadares para não desagradar nenhum dos favoritos e seus apoiadores. Foram 97 dias de crise política, (que ficou conhecida, pela imprensa, como "O caso mineiro"), até que Benedito Valadares ser anunciado, em 12 de dezembro de 1933, como interventor do "Governo Provisório" de Getúlio Vargas em Minas Gerais.
Em 6 de dezembro, Getúlio anota no Diário, a propósio do "Caso Mineiro":
Cquote1.svgResumo: todos julgam que devo decidir, mas, se nomeio Capanema, renunciam os ministros da fazenda e exterior (Osvaldo Aranha e Afrânio de Melo Franco) e seus adendos; se nomeio Virgílio renuncia o Flores e desgosto a maioria da bancada mineira.Cquote2.svg
Getúlio Vargas

Em 12 de dezembro, Getúlio explica no "Diário", a escolha de Benedito Valadares:
Cquote1.svgPorque escolhi o sr. Benedito Valadares? Porque todos tinham candidato e queriam apenas que eu adotasse as preferências alheias. Só eu não podia ter candidato, e pensei que deveria tê-lo. Escolhi esse rapaz tranquilo e modesto, que me procurou antes, sem nunca pensar que seu nome pudesse ser apontado como interventor.Cquote2.svg
Getúlio Vargas

A escolha do então pouco conhecido deputado federal Benedito Valadares para o governo de Minas Gerais surpreendeu a todos. Com a notícia, a população começou a se questionar, surgindo, então, a famosa frase:
" - Será o Benedito?"
Benedito Valadares, em 1935, foi eleito pela Assembléia Legislativa mineira, governador de Minas Gerais. Com a chegada do Estado Novo, em 1937, foram nomeados interventores para os estados, Benedito Valadares, porém, continuou no cargo de governador, e continuou usando o título de governador, mantendo estreita fidelidade ao presidente Getúlio Vargas.
Em 1937, foi um dos políticos que indicaram, a Getúlio, o nome de Adhemar Pereira de Barros para interventor federal em São Paulo, dando impulso à carreira do importante político paulista.
Valadares conheceu Juscelino Kubitschek durante a Revolução de 32, e, a partir daí, se tornaram amigos. Valadares chamou Juscelino para ser o chefe da Casa Civil do governo de Minas Gerais, e depois o nomeou, em 1940, para a prefeitura de Belo Horizonte. Outro discípulo de Benedito Valadares também chegou à presidência da república: Tancredo de Almeida Neves.
Valadares entrou para o folclore político de Minas Gerais e do Brasil, pelas suas frases e por seus feitos. Uma de suas frases mais conhecidas era: - Estou rouco de tanto ouvir.
Valadares também era conhecido pela sua esperteza política. Uma raposa política, no dizer do mineiros. Valadares garantiu, em suas memórias, que só foi enganado politicamente, uma vez na vida, e por Getúlio.
Depois do fim do Estado Novo, Valadares foi um dos fundadores do Partido Social Democrático (PSD), e foi seu primeiro presidente. Foi o próprio Benedito que sugeriu que se colocasse o "Social" no nome do partido, que segundo ele, estava em moda na Europa do pós-Segunda Guerra Mundial, e que, pelas primeiras sugestões dos fundadores do partido, (quase todos, como ele, ex-interventores federais nos estados), se chamaria somente "Partido Democrático".
Valadares foi eleito deputado federal em 1946 e 1950, e, senador em 1954 e 1962. Durante toda a existência do PSD, Valadares foi seu maior líder em Minas Gerais. Com a extinção dos partidos políticos em 1965, ingressou na Aliança Renovadora Nacional (ARENA), pela qual, foi senador até falecer em 1973.
Benedito Valadares foi o político que governou Minas Gerais por mais tempo: 12 anos.
É em sua homenagem que foi batizada a cidade de Governador Valadares, nome este que lembra a sua insistência no título de governador.
Benedito deixou um livro com seus principais discursos e um livro de memórias onde explica como se faz política em Minas Gerais.


Biografia

  • CARMOS CHAGAS, Política - Arte de Minas, Editora Carthago & Fortes, São Paulo, 1996.
  • RIBEIRO, Benedicto Valladares, Tempos Idos e Vividos , Editora Civilização Brasileira, 1966.
  • RIBEIRO, Benedicto Valladares, Na Esteira dos Tempos - Discursos, Editora Senado Federal, 1966.
[Fonte: Dicionário Histórico Biográfico Brasileiro pós 1930. 2ª ed. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2001]

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Centro Administrativo do Estado de Minas Gerais

Centro Administrativo do Estado de Minas Gerais

 
 
 
 
 

 


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
      ***CentroAdministrativo de Minas Gerais  ***
 
 
   Mais do que um ousado projeto arquitetônico, a obra da Cidade Administrativa
do Estado de Minas Gerais é uma importante contribuição do Governo de Minas
para o desenvolvimento socioeconômico da capital e Região Metropolitana de
Belo Horizonte (RMBH). Cabe à Companhia de Desenvolvimento Econômico de
Minas Gerais (Codemig) a sua implantação.

    A construção da Cidade Administrativa se soma a diversas ações indutoras
de desenvolvimento, entre as quais a Linha Verde, a revitalização do Aeroporto
Internacional Tancredo Neves, em parceria com a Prefeitura de Belo Horizonte 
e Infraero, e a implantação do Aeroporto Industrial, em Confins. Esse conjunto
de iniciativas ainda inclui a ampliação do Expominas Belo Horizonte. Todas essas
ações têm impacto positivo direto no desenvolvimento da RMBH, criando condições
para expansão de vocações econômicas e incentivando o turismo de negócios e
eventos na capital. 
 
 
** Governador Aécio Neves e Colaboradores na Cidade Administrativa **

   Com a construção da Cidade Administrativa, o Governo de Minas dota de moderna
estrutura física a administração do Estado. É mais um passo importante para a
modernização administrativa, iniciada em 2003 com o Choque de Gestão e a adoção
de medidas para tornar o Estado mais eficiente. A transferência da administração
pública para o Centro Administrativo permitirá a implantação definitiva do Projeto Cultural
Praça da Liberdade. Os prédios históricos da praça, atualmente ocupados pela estrutura
de Governo, passarão a sediar espaços culturais, salas de exposição e restaurantes,
formando um verdadeiro corredor cultural.

      A escolha da área da Cidade Administrativa buscou privilegiar novos eixos de desenvolvimento.
O local fica na divisa dos municípios de Belo Horizonte, Vespasiano e Santa Luzia, às margens
da MG - 010,  agora um dos trechos da Linha Verde.
Com área total de 804 mil metros quadrados e investimentos da ordem de R$ 948 milhões,
a  Cidade Administrativa foi erguida na antiga sede do Hipódromo Serra Verde, que pertencia ao
Jóquei Clube de Minas Gerais, localizado na região Norte de Belo Horizonte. 
**  Complexo de prédios moderniza arquitetura de Belo Horizonte ***
A Cidade Administrativa marcará a história arquitetônica de Minas Gerais. 0 projeto é assinado por um dos mais renomados arquitetos do mundo, Oscar Niemeyer, que deixou seu traço no conjunto arquitetônico da Pampulha, principal cartão postal da capital mineira.
O complexo da Cidade Administrativa vai concentrar, no mesmo espaço, secretarias e órgãos da administração direta do Estado e parte da indireta, exceto unidades de prestação de serviços diretos à sociedade (escolas, hospitais, quartéis e delegacias de polícia, entre outras). A idéia de reunir toda a administração estadual em um único lugar surgiu da necessidade de dinamizar os processos de gestão pública.

Com o crescimento do Estado, a Praça da Liberdade, projetada para abrigar o Palácio da Liberdade e os prédios destinados às secretarias, ficou aquém das necessidades, e iniciou-se um processo de descentralização física de órgãos e entidades estaduais, que elevou os custos administrativos e logísticos, além de dificultar a prestação de serviços públicos.

***  Espaço de Convivência  ***
A Cidade Administrativa consiste em um complexo de edifícios. São seis edificações principais, divididas em prédios que vão abrigar a Sede do Governo, Secretarias de Estado, Centro de Convivência, auditório, prédio de serviços, além de unidades de apoio para equipamentos, praças de alimentação e restaurantes. Ao todo, serão
mais de 270 mil metros quadrados de área construída.

Localizada ao sul do terreno, a Sede do Governo será composta por subsolo, pilotis, quatro pavimentos tipo, pavimento técnico, cobertura e duas torres, uma destinada ao heliponto e outra à escada principal. O prédio contará com um salão nobre, biblioteca e serviços de apoio.

Do segundo ao quarto pavimento da Sede do Governo serão instalados o Gabinete do Governador, do Vice-Governador, Secretaria de Estado de Governo e Gabinete Militar. Próximo ao Palácio do Governo, ficará o auditório central, com capacidade para acomodar 490 pessoas e modernos recursos de multimídia.

  Duas torres de 15 andares e cobertura, de volumetria curva, serão construídas na porção Nordeste do
terreno para abrigar as Secretarias de Estado e órgãos vinculados. Nelas, serão instaladas salas de reunião
e lanchonetes. Dezesseis mil funcionários trabalharão no local, que terá um público flutuante estimado de 
dez mil pessoas por dia. Os estacionamentos ficarão no subsolo.

No Centro de Convivência, que será construído entre os dois prédios das Secretarias, está previsto um Posto de Atendimento Integrado ao Cidadão, lojas de conveniência, postos bancários, posto médico, agência de Correios, lanchonetes, livrarias e outros. O complexo arquitetônico vai contar ainda com seis estacionamentos para 5.000 veículos, sendo que 70 vagas serão reservadas para o serviço de carga e descarga.

Revolução na administração do Estado

Um dos 50 projetos estruturadores do Governo de Estado, a Cidade Administrativa sintetiza uma verdadeira revolução da administração pública estadual. O complexo possibilitará o aumento da eficiência dos serviços públicos, reduzindo procedimentos burocráticos e rotinas administrativas, que se tornarão mais ágeis, criando condições ao funcionamento pleno da máquina pública. O acesso dos cidadãos a diferentes serviços públicos e setores da administração será facilitado pela localização de secretarias e órgãos no mesmo espaço físico.
Com a transferência, o Governo de Minas terá expressiva economia com aluguéis em Belo Horizonte,
incluindo despesas com IPTU e taxas de condomínio.
 
 
 
 
* Palácio da Liberdade * Antiga Sede do Governo de Minas  * 
Minas Gerais é um estado múltiplo, completo e único. Todos os seus 853 municípios
cresceram e se desenvolveram sem perder sua riqueza cultural e histórica e se tornaram grandes atrativos turísticos. A mesa mineira, “onde sempre cabe mais um”, é a maior marca
da hospitalidade do povo do Estado. Para conhecer Minas Gerais, não basta apenas ouvir
falar, ler ou se informar. E quem quiser comprovar, será muito bem-vindo!

O Estado detém cerca de 60% do patrimônio histórico nacional. As cidades centenárias
narram a grandiosidade da história do Brasil. Minas também é um imenso palco de manifestações artísticas, exportadas nacional e internacionalmente.
Em Minas você encontrará destinos ideais para relaxar e cuidar do corpo e da mente.
Entrar em contato com costumes, pessoas e lugares que valorizam a harmonia e o bem-estar. Viver Minas Gerais é muito mais que uma simples viagem turística, é estabelecer uma
vivência com a natureza mineira, onde o simples se torna o essencial 
 
 
 
Cidade Administrativa de Minas Gerais ganha um portal na internet
 
***  Cidade Administrativa  ***
 
  O  Governo Aécio Neves oferece à população um canal permanente de
informações sobre a nova sede da administração estadual: 
O Portal Cidade Administrativa. No endereço www.cidadeadministrativa.mg.gov.br,
servidores e cidadãos em geral poderão acompanhar as principais informações
sobre o empreendimento, que estará totalmente pronto no 1º semestre de 2010.
   No Portal é possível conhecer todos os benefícios que a nova sede irá proporcionar: a funcionalidade de reunir 18 secretarias e 25 órgãos públicos em um mesmo local, tornando a máquina administrativa mais eficiente; a moderna infraestrutura à disposição dos funcionários, que terão mais conforto com a integração de ambientes, mobiliário ergonômico e tecnologia de última geração e transporte exclusivo até o local. Informações, também, sobre a economia gerada pela redução de custos operacionais, como aluguéis, telecomunicações, transporte, água e energia, entre outros

 
 
** Belo Horizonte A Capital de Minas Gerais **